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20 de dezembro de 2013

Quanto tempo leva...

Quanto tempo leva...

Quanto tempo leva para encontrar algo que gosta de fazer ?
Quanto tempo leva para alcançar um sonho ?
Quanto leva para correr 5...10...15...21...42...56km ?
Quanto tempo leva para entender que o tempo nem sempre é o mais importante ?
Quando a gente toma a decisão de entrar no mundo do esporte, aqui no caso posso citar a corrida ou o triatlo, uma das primeiras coisas que vem a mente é: “em quanto tempo vou fazer determinada distância?”...legal, bacana preocupar-se com o tempo, manter  o controle do ritmo e tudo  mais...mas pra mim, ainda e ainda bem...o tempo não é o fator mais importante numa prova!
Primeiramente o que me interessa é concluir...vencer a etapa...não importa o que diz o relógio... “ahhhh mas então se você for a última ou se fizer um tempo ruim está tudo bem”... Sim...está tudo bem, eu cheguei!!! Isso já vale muito se considerarmos a quantidade de pessoas sedentárias que existem no mundo, isso já me coloca alguns passos a frente...se eu não gostei do meu tempo, tenho algumas opções para lidar com isso...me conformar e tudo bem...ter o direito de achar q fiz um tempo ruim e treinar especificamente para melhorar esse tempo...e tudo bem também...o grande problema é quando essas decisões não estão “tudo bem” e eu sofro, me amarguro e deixo de curtir o grande lance que o esporte me trouxe...que é a qualidade de vida, a diversão, a oportunidade dentro muitos que não a tem...e claro...os amigos. Aqui fica uma ressalva, que assim como o tempo é uma questão interessante...nos esportes individuais, muitas vezes treinamos sozinhos...e a na prova é igual, mal olhamos ou conversamos com a pessoa que está ao nosso lado, a não ser para tentar ultrapassa-la, ela se torna uma adversária, para alguns um “inimigo a ser abatido”...poucos são os que fazem amigos numa corrida, ou durante uma prova de triatlo. Eu tive a grande sorte de fazer alguns, e muitos bons amigos em provas...alguns adicionando via facebook para procuramos fotos de provas, mas que depois fiz questão de conhecer pessoalmente...e sem dúvida a galera do SOLOMAN, que além de ser um pessoal extremamente do bem, encaram o esporte com outros olhos, para mim, os olhos que todos nós deveríamos enxergar através deles...o FAIRPLAY, o AMOR ao esporte...acompanhei todo o SOLOMAN 226 e participei do SOLOMAN 113 e posso dizer com muito orgulho que ali conheci pessoas e fiz amizades que desde que comecei nas corridas em 2002, nunca havia feito!!!

Ví esses caras completarem o SOLOMAN todinho, sem chip, sem a preocupação de quem chegou primeiro, por último, uma das coisas mais belas que já vi...todos campeões, todos vitoriosos!!!
E a galera que não completou ? Por um motivo ou outro...que só cabe a eles...pra mim são vitoriosos também, pois tiveram a coragem de encarar esse desafio, de chegar até lá e de no momento de decisão, optar por não terminar a prova...cada um conhece até onde deve chegar e  muitas vezes desistir não é uma má opção...existem tantas e outras tantas vezes de tentar!!! Assim é no esporte e assim também é na vida!!!

Na minha ainda pequena carreira de atleta AMADORA sempre optei por não fazer todas as provas que aparecem pela frente, prefiro traçar algumas metas para o meu ano, normalmente uma para o primeiro e uma para o segundo semestre...uso uma ou duas outras menores, na própria cidade como controle. Prefiro a opção de me organizar devidamente para elas...mas as  vezes os imprevistos podem acontecer, a grana pode faltar, um compromisso pode aparecer, uma lesão, não ter treinado o suficiente...e aí ? Aí o tempo também tem que ser um aliado...e não um adversário...não posso deixar ele me paralisar e nem mesmo me abater...não deu...não deu...vamos lá que tem mais um monte de dias pela frente, se tenho outra meta, “borá” alcançar!!!

Como disse acima, sou atleta amadora, treino e vou às provas porque tenho sonhos e porque amo isso, mas não recebo salário, patrocínio e nem equipamentos... a minha recompensa é toda intrínseca e é somente a mim que quero apresentar meus resultados! Se baixo meu tempo, 1 min, 10 segundos, 5 segundos...ou se não baixo, se ele aumenta...isso teve um motivo pra acontecer e mais uma vez repito, não é isso que vai me paralisar e nem me martirizar...nem sempre é preciso baixar tempos...quanto tempo levei para entender isso ?

Aprendi que as melhorias sempre vem...mas que preciso ter paciência, sai da estaca zero e estou no meio do caminho para atingir a minha meta, isso é motivo para comemorar!!!

E agora, em tempos de festas, férias de planilha... quero curtir outras vibes, nadar sem marcar os tempos dos tiros, correr no mato sem calcular distância, fazer mountain bike e até mesmo uma caminhada curtindo um solzinho ou uma brisa gostosa! Relógio...férias pra ele! 

26 de novembro de 2013

META 2013 - LONG DISTANCE - DONE!!!

Desde que eu decidi que quero completar uma prova de Iron Man, eu optei por passar por todas as etapas que envolvem o triatlo...desde o short até chegar ao IM, passando pelo Olímpico e pelo meio-iron.
A meta de 2013, dentro do meu cronograma seria o Long-Distance de Pirassununga, uma prova de meio-iron-man com as distâncias de 1900m de natação, 90km pedal e 21km corrida.

Inscrição feita, cara (o preço das inscrições em provas de triatlo são assustadoras) ...mas feita!!! Já tinha passado pela experiência do Soloman 113, uma prova com um percurso  muito difícil e desafiador, o que me fez ter mais confiança para o Long; claro que aliado aos treinos que mantive!!!

Depois de muitos treinos no sol...esperando pelo calor que vi fazer em Pirassununga em 2011...a sexta feira começou chuvosa...e de Bauru até lá, não parou por um minuto!!! No sábado teríamos 4 colegas da equipe fazendo o short distance e mais alguns amigos de outras cidades também participando e foi realmente muito bom poder acompanhá-los, porém, desde o momento em que chegamos para a retirada dos kits, já bateu aquele famoso friozinho na barriga, que me acompanhou o dia todo!!! Apesar disso, consegui dormir bem!!! E levantei bem cedo no domingo, para ter tempo de tomar café da manhã tranquila e organizar tudo!!!

O dia amanheceu com o céu um pouco fechado, não prometia fazer sol...e realmente assim foi...o que ajudaria muito, visto que lá é muito quente, muito calor e numa prova longa isso sempre judia dos atletas!!

No domingo os únicos da equipe seríamos eu e  Rhuan!!! E logo montamos nossa área de transição, só aguardando o momento da largada...ansiosos, nervosos, mas felizes!!!

A largada do masculino foi as 8h pontualmente e a do feminino e revezamento 5 minutos depois!!! Éramos poucas meninas, 41 para ser mais exata!!! E a corneta tocou...lá fomos nós....para duas voltas de 950m nadando...a temperatura da água ideal, nadar foi fácil, foi gostoso, não senti vontade de voltar...ou de parar, mas sim de ir em frente, de aumentar o ritmo...mas mantive o ritmo e no retorno da primeira volta puxei um pouco mais...na segunda volta consegui administrar melhor a respiração e senti que consegui também aumentar o ritmo, e na última reta resolvi acelerar, pernadas um pouco mais fortes...

Largada feminino e revezamento




Bóra pro pedal...aquele que me tortura, que pra mim ainda é o mais difícil, o mais sofrido, mesmo com tanto treino...é notório que ainda falta muito pra melhorar...mas, já que estava ali e me propus a isso, teria que faze-lo...então vamos lá...4 voltas de 22,5km...o percurso é razoavelmente fácil, tem algumas subidas, mas dentro do esperado...afinal eu já havia feito o short ali em 2011 e já conhecia!!! Nem preciso dizer que a galera passou voando por mim, mas isso não me impressionou, até porque eu também ja imaginava que isso aconteceria; a minha grande preocupação ainda era se o pneu furasse, mas isso não aconteceu!!! O santo é forte!!! O engraçado foi que durante todo o período de treinos e mesmo durante o Soloman eu sempre cantei mentalmente pra me distrair nos treinos longos...mas...nessa prova...me peguei com a mente totalmente vazia, sem pensar em nada, concentração total...ou estado de meditação, como me disseram...interessante, pois nunca consegui meditar...sempre fico com algo rondando os pensamentos!!! Ali não..nada, pensamento zero...força...força!!!

Pedal - 90km
Enfim, após as 4 voltas, que pra mim sempre são intermináveis...e eu realmente espero que um dia eu melhore muito nisso, parti para a corrida, mais 21km e estaria terminado...o fato de o pneu não ter furado, tirou toda e qualquer tensão que poderia haver quanto a prova...pois sei que na corrida eu não pararia por nada!!! Um chuvinha fina começou a cair e achei melhor correr de camiseta, pois estava com um pouco de frio!!! Boa decisão, pois aproveitei os bolsinhos para colocar copinho de água durante o percurso!!!

Percurso praticamente todo plano, uma leve subida no ponto onde pegávamos uma pulseirinha pra marcar a volta...depois um trecho de cerca de 2km de terra, com um pouco de pedras, mas tranquilo também...era muito legal passar pelas equipes, pelos fotógrafos, staffs e outros atletas, todo mundo sempre tinha uma palavra de incentivo, de força...

A chegada...meta concluída!!!

Consegui manter meu ritmo, não estava cansada, estava feliz, consegui ultrapassar algumas pessoas durante a corrida...e finalmente chegar ao final, muito, muito feliz!!!

Quando cheguei, pouco depois ouvi o locutor dizendo meu nome...e sim, eu consegui um lugarzinho no pódio...a quinta colocação na categoria 30-34!!!  Aí sim a alegria foi demais!!!

Foram muitas coisas boas pra um final de semana, os amigos reunidos, reencontrar outros, conhecer novos, concluir a minha meta do ano e ainda conquistar um troféuzinho!!!


Meu coach Vítor Carrara e eu, após receber meu troféu!!!

E o que tiro de tudo isso ? Que para alcançar suas metas, primeiro você precisa estabelecer quais são elas, curto, médio e longo prazo...e quais os degraus que você terá que alcançar para chegar lá!!! Que quando você faz o que gosta, faz com amor...não importa se tem ou não premiação...pois ela é intrínseca...só cabe a você!!! Que muitas coisas podem acontecer ao mesmo tempo, as reviravoltas que a vida dá...as famosas trolagens que a gente leva, mas se você mantiver seu foco, sua força, sua mente preparada, seu corpo preparado...você consegue chegar lá...porque a gente tira forças do invisível!!! E que amigos...ah...os amigos são as coisas mais incríveis que podem acontecer na vida de uma pessoa!!! Os meus são!!!
E que venham os novos...desafios...amigos...percursos...metas!!!
Opa...sábado que vem tem mais...
                               
                                                       A equipe Iron Coach!!!!


                         
                                        E os novos amigos que o esporte me trouxe...

12 de novembro de 2013

prepara?

este post está para ser escrito desde o dia 6 de outubro de 2013 e ele não é nada de mais. a combinação tempo+inspiração+estar à frente do computador não tem sido muito favorável, portanto... claramente não sairá como pensei no dia.

no dia em questão estava por fazer meu primeiro treino de 9K, um amigo foi me acompanhar na USP. sabíamos que estava tendo a maratona de são paulo e iríamos correr numa parte por onde a maratona não passasse. mas aí fomos espiar e achamos que daria para aproveitar a pista.

naqueles dias a maria cláudia tinha lançado a pergunta: "no que você pensa durante o treino?" pra nós (e, depois, na fanpage do blog) e então prestei atenção no que estava pensando durante meu treino no meio da maratona.

(um adendo: em tempos de discussão braba sobre pipoca em corrida, fiquei correndo ali no cantinho direito, sempre atenta para não atrapalhar os participantes da prova, não usufruí de nenhum benefício a eles concedido, passava por fora dos pontos de controle, subia na calçada sempre que dava)

bom, além de pensar em não atrapalhar a dinâmica dos maratonistas, precisava atentar em não cair, por estar em piso com irregularidades e muitas folhas molhadas no chão, escorregadias. me concentrava em controlar meu ritmo para garantir que cumpriria o treino. prestava muita atenção em quem passava por mim e me perguntava: há quanto eles correm? por onde já correram? como se prepararam para essa maratona? lembrava da preparação da deborah aquino (mais conhecida como debs) para a maratona de berlim, era quem eu mais estava lendo na ocasião. será que eu chegaria a uma maratona um dia? consegui ouvir uma ou outra conversa entre os competidores, aleatórias ou de incentivo, descobria coisas (uia, eles dão batatinha!), achei o máximo as crianças em alguns pontos para incentivar e dar um high five.

lá pelos 7K comecei a ficar bem cansada, mas não desisti. tentava pensar que os corredores ao redor já tinham passado da metade do percurso e ainda correriam mais do que eu já tinha corrido (acompanhei do Km24 ao 33, acho), eu simplesmente não poderia parar (e, depois, vi que tinha feito um ritmo legal até, pelo que eu andava fazendo...).

o que me fez deixar tudo de lado hoje e finalmente escrever foi ter voltado de um treino que me frustrou. como assim eram 5K com acelerações livres, em percurso velho de guerra e eu não achei que fiz bem? há quantos treinos tenho chegado com essa sensação de frustração, embora minha treinadora (a MC, <3) diz que estou indo bem? como assim ainda outro dia fiz 10K desce-soooooooobe-deeeeeessce-sobe, em percurso novo (bauru/sp) e fiz muito melhor que hoje? nunca voltei de um fartlek com vontade de chorar (isso acontece nos tiros, às vezes). minha perna esquerda nem doeu, como tem doído há 1 mês.

preciso pensar que não posso me deixar abalar tanto, se quiser um dia estar no lugar daqueles que passaram por mim no dia 6/10/2013, se quiser correr longe, mais rápido, com mais qualidade. só preciso reencontrar o caminho.

26 de outubro de 2013

Mimimi or not mimimi ???

Mimimimimimimimimi!!!!!!!! Será ???
Semanas crescentes de treino, duas trilhas feitas nos dias off (feitas levemente, distância curta...mas feitas)...eis que depois do treino de quarta-feira, um intervalado de 9k, senti um cansaço chatinho nas pernas. Dei minhas aulas normais na quinta-feira de manhã e fui para o treino de natação...as pernas estavam cansadas e um pouco doloridas (posterior de coxa)...mas concluí o treino e fui para o pedal, que seria um intervalado...foi bem dificil, as pernas estavam doloridas, dor de esforço muscular, não respondiam ao estímulo, queria puxar o ritmo, mas não conseguia. O treino era curto, somente 35km, fiquei um pouco chateada por ter feito uma média baixa num treino curto, mas isso faz parte. Na sexta-feira seria somente o longo de natação, dei as aulas normalmente e fui pro treino...já comecei com as pernas cansadas, vontade de parar no meio da série....inicialmente tinha 5x200m a 95% do LAn...consegui fazer tudo dentro do tempo determinado..então pensei "ah, já que consegui vou fazer mais um pouquinho"...depois vieram as 10x 100m no LAn, novamente a vontade de parar veio, o primeiro tiro foi quase no limite do tempo...mas achei que deveria insistir, mesmo com a dor...os tempos melhoraram...a dor não..."vou parar quando acabar esse" (devia estar lá pelo quinto tiro)....uma briga interna incrível...então me veio a mente o refrão de uma música que gosto muito do Engenheiros do Hawaí: "...nem tão longe que eu não possa ver, nem tão perto que eu possa tocar..." e aí eu pensei em tudo que eu estava fazendo desde que resolvi participar do IronMan 2015...já tinha feito treinos muito piores que aquele, mais sofridos, já tinha feito mais da metade do treino, ninguém me obrigou estar ali, fui eu quem quis, eu escolhi...e fui repetindo o refrão até terminar as séries, como um mantra! Fui embora satisfeita, com dor, mas feliz por não ter desistido! Não tenho o hábito de desistir e abandonar os treinos e se tivesse feito isso, seria frustrante para mim! Tentei agendar uma massagem mas a moça responsável não tinha mais horário...fuééé...

Hoje durante o treino de transição (70km bike + 6km corrida) a sensação foi a mesma, cheguei bem cedo (não tão cedo quanto eu queria, mas cai num cochilinho depois do despertador) e quando comecei, lá pelo km 20 da bike eu pensei "não vou aguentar"...mas aí veio o mantra de novo na cabeça e o treino fluiu, um pouco abaixo da média que eu gostaria, mas terminei satisfeita!!!


As vezes penso, até quando é frescura...quando devo parar de verdade ? Porque treinar dói, não é fácil, não é confortável...mas se eu decidi que vou fazer, não vai ser esse cansaço que vai me tirar do treino!!! Talvez não seja a decisão mais certa...mas e parar e ceder ...é o mais certo ?! Eu acho que a hora de parar é quando há o risco...de lesão, de acidente.. ali eu sei que era dor causada pelos treinos, pelo que eu escolhi! Então bora lá...sem mimimi...porque a semana de choque vem aí!!!
 Link para a música: http://www.youtube.com/watch?v=hOayu5Xdtcs

14 de outubro de 2013

mens sana in corpore sano

a frase do título* é conhecida e, pra mim, pode ser considerada um paradoxo. não é clichê, é verdadeira. tenho pra mim que tudo o que você faz pelo seu corpo terá um melhor resultado se você souber o porquê e como tudo, ou quase, funciona**. desse modo, além de melhorar a qualidade da saúde do seu corpo, você está adquirindo conhecimentos, o que faz sua saúde intelectual ter benefícios e vice-versa. como esse é o primeiro post de, espero, vários sobre o tema, achei por bem colocar minha opinião a respeito.

SABEMOS QUE É PRECISO FAZER EXERCÍCIOS
mas o que os exercícios fazem com nosso corpo?

de maneira geral, sabemos que as atividades físicas ajudam a melhorar nossa qualidade de vida, mas nem sempre temos consciência do que a maquinaria do corpo está fazendo para isso.

na edição de Setembro/2013 da revista Scientific American Brasil (nº 136, ano 11) saiu um artigo que faz uma revisão sobre o assunto, incluindo as últimas descobertas. como o mesmo não está disponível eletronicamente, aí vão alguns highlights ***:


- diminuição do fluxo sanguíneo em órgãos não essenciais para o movimento, como rins e trato gastrointestinal, redirecionando-o para músculos que trabalham mais no momento da atividade;
- nas mitocôndrias, o oxigênio reage com a glicose aumentando a capacidade energética da célula;
- com a metabolização da glicose celular, o corpo percebe o aumento de ácido láctico e dióxido de carbono, fazendo com que a remoção desses compostos seja mais eficiente e menos cansativa;
- aumento do hipocampo e de substâncias químicas responsáveis por desencadear o crescimento do novos neurônios. entre outras consequências, há uma melhora na capacidade de concentração, pensamento e tomada de decisões;
- os exercícios alteram as propriedades da molécula de LDL (famoso por ser o colesterol mau, embora seja um transportador de colesterol) e não a redução de sua quantidade absoluta;
- aumento de eficiência de utilização da glicose pelos músculos, tornando-os mais fortes;
- aumento da eficiência do uso de insulina pelo pâncreas para regular as taxas de glicose --> de tabela, diminui riscos de desenvolvimento de certos tipos de câncer, já que a insulina se relaciona à proliferação de células novas;
- aumento da produção de novas mitocôndrias, consequentemente mais conversão de glicose em energia --> força e resistência muscular.


quem tiver acesso à revista e interesse nos detalhes da publicação, está dada a dica.



* buscar a origem e os significados da frase-título é algo que pode interessar, caso você ainda não conheça
** entender todo o metabolismo do corpo humano é algo quase impossível. dá uma olhada num resumo esquemático e tenha pavor: 

imagem retirada de http://25.media.tumblr.com/tumblr_ltb32cUfgI1qan7oxo1_1280.jpg (acesso em 14/10/2013)


*** poderia, no texto, direcionar a leitura para os termos técnicos, como me sugeriu um amigo, mas no momento estou sem tempo disponível para pesquisar fontes confiáveis e didáticas para isso - portanto, prefiro não arriscar. um bom livro de bioquímica básica também pode servir. ah, não tem? biblioteca.

10 de outubro de 2013

"O segundo nada mais é do que o primeiro dos perdedores" - será??

Todo mundo quer evoluir - seja lá no que se propôs a fazer. Ganhar é sensacional, vencer etapas, ver o esforço render frutos. Só que o pulo do gato não é como vencer, como "chegar lá": é fazer isso sem perder a noção de quem se é e do que importa. A medida do que vale na vida nem sempre é a vitória e nem sempre a chegada conta mais, e sim o trajeto, o caminho. 

E então temos hoje o privilégio de trazer aqui as palavras sensatíssimas do Marcos Pópolo, que é músico, compositor e empresário (proprietário de uma escola de música aqui em Bauru) e marido e incentivador da nossa parceira de corrida e de caminhadas pela vida, a Lena.

Boa leitura!

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"O segundo nada mais é do que o primeiro dos perdedores"

Essa frase atribuída ao piloto Ayrton Senna é comumente usada em palestras motivacionais nos diferentes segmentos do trabalho ou esporte.

Dentro de uma corrida, há regras claras e um só objetivo: superar os adversários e vencer!
Ayrton era um piloto de F1 e seu objetivo era vencer. Por inúmeras vezes cumpriu bem esse papel. 

Essa é a regra das pistas! É também a regra dos concursos, vestibulares, eleições... Com a diferença que o número de ganhadores varia de acordo com os prêmios disponíveis. Por exemplo, se alguém presta um concurso com 20 vagas, mesmo ele ficando em vigésimo ainda assim será um vitorioso. Mas se ele for entrar numa eleição para prefeito e vencer, ele poderá dizer que os demais colocados são perdedores.

Sim, essas são as regras e valores nas competições!

Mas não são as regras e reais valores da vida, como muitas vezes muitos querem que nós acreditemos!

A vida não precisa ser assim! Não precisa ter um único ou poucos vencedores... Ou melhor, não precisa ter vencedores deste tipo.

Não precisamos competir com nosso vizinho ou com nossos amigos (ou inimigos) ou ainda com nossos familiares. Como professor de música, já vi muitas e muitas vezes pais incomodados e com medo que seus filhos os superem. O espírito de competição entre nós existe, e dependendo de como é alimentado, o resultado não é bom.

Acredito que as superações devem ser internas e não o contrário. Na vida nosso objetivo deve ser superar a nós mesmos e não aos outros, porque a vida não é um esporte ou um concurso. No entanto, querem que acreditemos que somente superando os outros é que seremos vencedores.

Algumas pessoas passam em concursos difíceis e conquistam ótimos salários, mas ainda assim não se sentem felizes. Como foram apenas preparadas e treinadas para terem um objetivo de superar o outro, quando alcançam uma fase dessas, precisam logo arrumar outra. Precisam de mais competições e adversários... Daí um indivíduo desses começa a olhar para o carro do amigo, para a roupa, para a casa. Ele precisa superar o próximo. Quando consegue se sente bem por uns pequenos momentos, mas logo o vazio volta, porque o objetivo se foi... Às vezes até um sorriso mais feliz de um amigo o incomoda: “O que ele tem que eu não tenho?”




A foto que compartilho traz a atleta suíça Gabrielle Andersen na maratona de 1984. Se você tem menos de 35 anos não viveu esse momento, mas quem sabe já ouviu falar dela.

Durante a prova Gabrielle, com 39 anos na época, começou a sofrer com o forte calor e seu corpo desidratou. Ela então passou a ter fortes câimbras nas pernas, o que a deixou totalmente desorientada. Para ela a corrida em si já tinha terminado faz tempo. Os primeiros colocados já haviam completado a prova tempos antes. Não havia chance de medalha ou pódio ou qualquer coisa do tipo. Mas a moça não abandonava a prova! Desafiava a lógica da competição. Muitos olhavam aquilo e não entendiam a razão do esforço descomunal que a atleta fazia para tentar terminar a prova... Foi emocionante, sofrido! E sim, ela terminou! Logo em seguida caiu desmaiada no colo da equipe médica que a seguia nos últimos instantes da corrida.

Gabrielle Andersen nunca mais saiu de minha mente! E também da maioria das pessoas daquela época.

E sabe por quê? Porque ela demonstrou ao mundo todo aquele dia que ela não estava competindo com ninguém. Estava apenas dando o melhor de si mesma! A sua luta era interna! As regras da corrida não valiam nada para ela! Ela esnobou a regra como um neto que ri da bronca da avó.

Gabrielle Andersen entrou para a história porque perdeu uma corrida! Em contrapartida ganhou a admiração do mundo inteiro! Ela já sabia que a vida não é uma competição. Ela estava lá, porque às vezes somos obrigados a entrar no esquema! Precisamos estudar, passar nos vestibulares, concursos... Não nos dão muitas opções na verdade. Então se tivermos que fazer isso, que façamos por nosso próprio crescimento! E que o resultado seja sempre a satisfação de que fizemos o nosso melhor. Se não der pra vencer a competição, sejamos vencedores porque tentamos, fomos até aonde e como podíamos. E não é necessário participar de competições para isso! Muitas vezes precisamos dar o nosso melhor dentro de casa, no trabalho, com a família!

Um pai não precisa ser o melhor pai do mundo e ganhar um troféu na TV para que todos vejam. Um simples “eu te amo” sincero de um filho pode ser a maior das recompensas!
E se alguém ainda achar que o que vale de fato é quem vence a corrida, eu deixo a pergunta: Você se lembra dela! Mas me diga e responda rápido, quem foi mesmo que ganhou a maratona feminina das olimpíadas de Los Angeles de 1984?

Contra tudo que nos ensinam, somos muito mais do que nós mesmos imaginamos!

2 de outubro de 2013

estas re flaca, tha!

esse é o tema que praticamente me fez mais vontade de escrever no blog quando ele ainda era um projeto: o que nos motiva. e quem nos motiva?

a resposta acho que é: eu. simples assim.

quem disser que não se importa em nada com a opinião alheia, está mentindo. podemos até não levar em consideração os "conselhos", mas qualquer coisa que se diga, pelo bem ou pelo mal, nos afeta.

quando se decide entrar numa rotina de dieta e atividades físicas, é preciso saber que não vai ser fácil. se fosse, todos fariam. poucos fazem... assim, de verdade. não se passa fome, mas se passa vontade. ninguém fica feliz de não poder comer muitas coisas. dói. andar "quadrado" no dia seguinte não é bonito. mas quando começamos a notar resultados, vai dando uma felicidade muito da gostosa e a vontade de continuar e ver mais e mais é muito grande.

e quando os amigos começam a perceber e elogiar? desde que voltei a integrar atividade física com dieta e peguei muito firme (não 100%, sinto, mas muito perto disso), e comecei a perder a gordura que habitava, tenho ouvido muitas coisas. a maioria boa, ainda bem. passei de "sempreboa" pra "sempreótima", fui chamada de bonitona, meu esforço foi reconhecido, meus potinhos invejados, tem gente me mostrando a dieta d@ nutricionista pra dividir o momento. maaaaaaaas também ouvi que se emagrecer mais vou sumir, que meu rosto está chupado, que sou louca por evitar comer certas coisas. ou nem metade delas, ou acordar cedo no fim-de-semana pra correr.

é assim, gente. nem metade do pão. não pode pão e pronto. às vezes, bem às vezes, eu furo. sim, me sinto culpada quase sempre. porque furei e porque me senti mal no dia seguinte: estômago doeu, intestino não funcionou, cabeça doeu. o corpo é muito, muito sensível, sabe?

na minha fase que considero de peso aceitável (esquecemos até da composição corporal agora), eu tinha 6 Kg a menos do que hoje, há 10 anos (já perdi 10 Kg do máximo que atingi, no início de 2012). portanto, o que parece "magra demais" pra muitos, ainda é acima do que me sinto bem. não foi fácil ver minhas roupas indo embora, ver namorado da vez pedindo pra não voltar mais pro peso antigo (numa fase em que emagreci um pouco). também acho que quando emagreço fico orelhuda e dentuça, mas prefiro isso a ver banhas saindo da calça, braços estourando a manga da camiseta. são escolhas.

não estou aqui falando que só quero ouvir elogios. mas sabe o que chateia? perceber que às vezes, por trás de uma crítica, tem um desdém, um desrespeito à minha escolha. SOU EU que estou passando vontade, SOU EU que está sentindo dor. mas também SOU EU que estou entrando em roupas há muito sem uso. SOU EU que estou sentindo que meu corpo está mais leve e que isso está ajudando a melhorar meu desempenho físico global. SOU EU que estou aprendendo muitas receitas novas e entendendo melhor como o corpo funciona.

não são só sacrifícios, é uma mudança de uma parte da vida que não estava boa e são novos aprendizados, são novas amizades, é fazer bem para mim mesma - e se alguém quiser se sentir bem comigo, será super bem vindo.


30 de setembro de 2013

23a. VOLTA USP

E daí, lá estou eu de novo na Volta USP, aquela que foi minha primeira prova de corrida, aquela que no meu ponto de vista é a melhor prova de corrida de Bauru, organizada, percurso nível médio e que exige treino...pois bem...treinada fui!!


Lena, Karina, eu, Deborah e Rodrigo
Já fiz essa prova de 10km umas 4 ou 5 vezes...e não conseguia sair do tempo de 1h....em 2012 consegui fazer 58min e uns quebrados, o que não me deixou tão assim feliz, queria estar um pouco melhor.

Esse ano, lá fui novamente...creio que vários fatores influenciaram: eu estava mais preparada, mais forte, afinal venho me preparando para provas de longa distância; o tempo ajudou...nada de calor insuportável, uma suave chuvinha nos acompanhou durante toda a prova; agora o que me motivou muito também foi o fato dos meus alunos estarem lá, a Deborah e o Rodrigo estreando nos 10km e a Lena e a Karina (primeira prova oficial) correndo os 5km...e claro, como não poderia deixar de ser, a Valéria minha amigona que correu a Maratona de Berlim na nossa madrugada de domingo. É incrível como ter esse tipo de motivação te deixa feliz, ansiosa, nervosa, alegre, emocionada...no sábado estava com as minhas tradicionais bolhinhas nas mãos (aquelas que aparecem quando fico ansiosa)...no domingo, depois que a Val e a galera correu...tudo passou!!!

Enfim, esse ano finalmente baixei meu tempo: 54'43"... e fiquei muito muito feliz...conquistei a terceira colocação na categoria 30-39, mas a minha vitória mesmo foi a pessoal, ter baixado meu tempo, algo que eu estava almejando há um bom tempo!!! E claro, ver meus alunos correndo e depois ver o brilho de cada um vencendo seus objetivos e felizes por isso!!! Podem até me tirar um troféu, mas essa satisfação, não sai mais de mim!!!


25 de setembro de 2013

moving, just keep moving

minha vida no esporte sempre foi bagunçada.

lembro de ter feito aulas de natação quando tinha uns 8 anos, mas a única lembrança que tenho, além do cheiro de cloro da piscina do sesc, é de um festival de natação onde eu ficava em último nadando naquela imensidão de água. não sei se aconteceu já que, ao parecer, eu devo ter trauma de coisas da minha infância e vejo nitidamente acontecimentos que nunca existiram. e minha mãe conta que por duas vezes fui salva de afogamento, ainda criança.

em algum momento achei que podia, aos 9 anos, treinar vôlei na escola. pra quê? tinha medo da bola.

passei alguns anos indo ver meu irmão e meus primos no treino de judô. sempre gostei, mas nunca pratiquei. fiz uns 2 meses de caratê naquela época, na mesma academia que eles, mas achava meio marasmo ficar fazendo kata (a gente não sabe de nada mesmo quando é adolescente, né?).

lá pelos 15 anos voltei pra natação, intercalei com hidroginástica, mas desisti. realmente não me achava boa e morria de vergonha dos pelos do meu corpo.

daí em diante, por um bom tempo, fiquei só com a educação física da escola mesmo, um e outro tombo de bicicleta e "escaladas" no morro que tinha na chácara em frente à nossa - pra sentar lá no alto, nas pedras, e ficar olhando o mundo ao redor, sozinha ou com amigos.

acho que voltei só depois dos 20 anos, quando já estava na faculdade: frequentava uma academia perto de casa e adorava as aulas do sistema body system. testei de tudo, até aulas de axé (afeeeeeee).

quando vim embora pra são paulo fiquei um bom tempo sem nada, até que resolvi fazer aulas de ioga lá no cepeusp, mas achei muito parado pro meu gosto. e então, voltei ao nada. lá por 2010 voltei pra uma academia, dessas só para mulheres, com treino em circuito. o ambiente era bacana e tudo, mas pouco mais de um ano depois, achei que não era aquilo que eu queria, pois eu preciso sentir meu coração batendo bem forte, o suor escorrendo e a respiração ofegante. então me matriculei em oooooutra academia, mais convencional, onde estou há 1 ano e 8 meses. como a variedade de aulas é grande, posso experimentar bastante, além de fazer a musculação - que eu não amo, mas até gosto; acho bacana o quanto ela modifica nosso corpo.

1ª corrida de rua: circuito sesc - londrina/pr: julho/2013, 5K

aula aqui, aula ali, ainda faltava. a eterna insatisfação, a vontade de tirar de mim aqueles 16 quilos que surgiram nos últimos 8 anos e que estavam sendo eliminados aos poucos, em 2012, mas que estacionaram (porque eu nunca fui muito boa em levar dietas a sério). então eu comecei a reparar nas minhas amigas que corriam, como a deh (que sempre foi um super exemplo em várias esferas da vida). passei meses tentando correr sozinha, com a ajuda de planilhas de revistas, aplicativos de celular e com isso consegui sair do lugar. mas percebi que não iria muito longe. foi quando resolvi pedir ajuda para a maria, que foi uma querida e resolveu me orientar.


2ª corrida de rua: circuito da longevidade - bauru/sp: agosto/2013, 6K






de cinco meses pra cá avancei alguns quilômetros, passei a rasteira em vários quilos (associando os exercícios com uma reeducação alimentar, deixemos claro), saí da esteira e fui pra rua, corri uma prova de 5Km na minha cidade quase natal, outra na pipoca só de alegre, mais uma de 6Km ali em bauru/sp junto com minhas parças e a chefe e estamos, aos poucos, estabelecendo novas metas e novas conquistas. não deixei de fazer um treino sequer, mesmo que atrasado. corri no frio, no calor, na garoa. na rua, na pista, no parque, no campus, na praia. com música, sem música, de dia e de noite. sozinha e acompanhada. cantando ou quase chorando. e acho que daqui não vou sair mais.

sou a thais, tenho 32 anos, sou bióloga, professora, curiosa, inquieta, escrevo em minúsculas e acho que cuidar do corpo e da cabeça é uma das melhores coisas que a gente pode fazer.

23 de setembro de 2013

Preparei e tô indo até hoje...

Olás...bom, me apresentar na vida esportiva não é muito difícil, mas é bem eclético...eu sempre gostei de estar fazendo alguma coisa, passeando de bicicleta pelo bairro, fiz natação e até ginástica olímpica (o que com o meu tamanho é claro que não foi uma boa opção)...esportes coletivos nunca me atraíram e nunca tive muita dinâmica de jogadas e passar bola...depois passei pro judô na adolescência e lá fiquei até conquistar a faixa-preta, junto com meu diploma de Educadora Física, em 2001.


                                  

Passei a trabalhar com natação, hidroginástica, musculação até que a dona da academia me convidou pra uma corrida de 10km...eu NUNCA tinha participado de uma corrida, tampouco treinava para isso...mas fui e prometi a mim mesma que NUNCA mais eu faria aquilo...o que...o fato de eu estar aqui, mostra que foi uma promessa não cumprida. Não parei mais, comecei participar de uma provinha aqui, outra ali...sem muito critério, mas com boa vontade.

Um dia treinando, ganhei um DVD de um colega que estava treinando para o Iron Man Brasil (2011)...cheguei em casa e fui assistir...vendo aquelas cenas eu pensei comigo: "puxa que coisa difícil, eu jamais conseguiria fazer isso" - nesse instante apareceu uma senhora, com mais de 80 anos realizando a prova...ela já havia feito não sei quantos Irons na vida...eu chorei e prometi a mim que eu faria um Iron Man Brasil no ano de 2015. Procurei um amigo e ex-atleta de triatlo, que tem uma assessoria, combinamos os objetivos e desde então estou nesse caminho! Falta pouco tempo para chegar lá e muito trabalho árduo ainda...mas será concluído!!!



SOLOMAN 113 - minha primeira prova de triatlo de longa distância

                                 
Fico feliz ainda de poder ter amizade com certas pessoas, como a Deborah e a Thais, que além de alunas são duas pessoas queridas, que confiam no meu trabalho...e agora estamos aqui, pra compartilhar um pouco desse nosso dia a dia, dos nossos treinos, dos nossos sofrimentos mas também de muita diversão!!! Vem com a gente também!!!