Páginas

26 de outubro de 2013

Mimimi or not mimimi ???

Mimimimimimimimimi!!!!!!!! Será ???
Semanas crescentes de treino, duas trilhas feitas nos dias off (feitas levemente, distância curta...mas feitas)...eis que depois do treino de quarta-feira, um intervalado de 9k, senti um cansaço chatinho nas pernas. Dei minhas aulas normais na quinta-feira de manhã e fui para o treino de natação...as pernas estavam cansadas e um pouco doloridas (posterior de coxa)...mas concluí o treino e fui para o pedal, que seria um intervalado...foi bem dificil, as pernas estavam doloridas, dor de esforço muscular, não respondiam ao estímulo, queria puxar o ritmo, mas não conseguia. O treino era curto, somente 35km, fiquei um pouco chateada por ter feito uma média baixa num treino curto, mas isso faz parte. Na sexta-feira seria somente o longo de natação, dei as aulas normalmente e fui pro treino...já comecei com as pernas cansadas, vontade de parar no meio da série....inicialmente tinha 5x200m a 95% do LAn...consegui fazer tudo dentro do tempo determinado..então pensei "ah, já que consegui vou fazer mais um pouquinho"...depois vieram as 10x 100m no LAn, novamente a vontade de parar veio, o primeiro tiro foi quase no limite do tempo...mas achei que deveria insistir, mesmo com a dor...os tempos melhoraram...a dor não..."vou parar quando acabar esse" (devia estar lá pelo quinto tiro)....uma briga interna incrível...então me veio a mente o refrão de uma música que gosto muito do Engenheiros do Hawaí: "...nem tão longe que eu não possa ver, nem tão perto que eu possa tocar..." e aí eu pensei em tudo que eu estava fazendo desde que resolvi participar do IronMan 2015...já tinha feito treinos muito piores que aquele, mais sofridos, já tinha feito mais da metade do treino, ninguém me obrigou estar ali, fui eu quem quis, eu escolhi...e fui repetindo o refrão até terminar as séries, como um mantra! Fui embora satisfeita, com dor, mas feliz por não ter desistido! Não tenho o hábito de desistir e abandonar os treinos e se tivesse feito isso, seria frustrante para mim! Tentei agendar uma massagem mas a moça responsável não tinha mais horário...fuééé...

Hoje durante o treino de transição (70km bike + 6km corrida) a sensação foi a mesma, cheguei bem cedo (não tão cedo quanto eu queria, mas cai num cochilinho depois do despertador) e quando comecei, lá pelo km 20 da bike eu pensei "não vou aguentar"...mas aí veio o mantra de novo na cabeça e o treino fluiu, um pouco abaixo da média que eu gostaria, mas terminei satisfeita!!!


As vezes penso, até quando é frescura...quando devo parar de verdade ? Porque treinar dói, não é fácil, não é confortável...mas se eu decidi que vou fazer, não vai ser esse cansaço que vai me tirar do treino!!! Talvez não seja a decisão mais certa...mas e parar e ceder ...é o mais certo ?! Eu acho que a hora de parar é quando há o risco...de lesão, de acidente.. ali eu sei que era dor causada pelos treinos, pelo que eu escolhi! Então bora lá...sem mimimi...porque a semana de choque vem aí!!!
 Link para a música: http://www.youtube.com/watch?v=hOayu5Xdtcs

14 de outubro de 2013

mens sana in corpore sano

a frase do título* é conhecida e, pra mim, pode ser considerada um paradoxo. não é clichê, é verdadeira. tenho pra mim que tudo o que você faz pelo seu corpo terá um melhor resultado se você souber o porquê e como tudo, ou quase, funciona**. desse modo, além de melhorar a qualidade da saúde do seu corpo, você está adquirindo conhecimentos, o que faz sua saúde intelectual ter benefícios e vice-versa. como esse é o primeiro post de, espero, vários sobre o tema, achei por bem colocar minha opinião a respeito.

SABEMOS QUE É PRECISO FAZER EXERCÍCIOS
mas o que os exercícios fazem com nosso corpo?

de maneira geral, sabemos que as atividades físicas ajudam a melhorar nossa qualidade de vida, mas nem sempre temos consciência do que a maquinaria do corpo está fazendo para isso.

na edição de Setembro/2013 da revista Scientific American Brasil (nº 136, ano 11) saiu um artigo que faz uma revisão sobre o assunto, incluindo as últimas descobertas. como o mesmo não está disponível eletronicamente, aí vão alguns highlights ***:


- diminuição do fluxo sanguíneo em órgãos não essenciais para o movimento, como rins e trato gastrointestinal, redirecionando-o para músculos que trabalham mais no momento da atividade;
- nas mitocôndrias, o oxigênio reage com a glicose aumentando a capacidade energética da célula;
- com a metabolização da glicose celular, o corpo percebe o aumento de ácido láctico e dióxido de carbono, fazendo com que a remoção desses compostos seja mais eficiente e menos cansativa;
- aumento do hipocampo e de substâncias químicas responsáveis por desencadear o crescimento do novos neurônios. entre outras consequências, há uma melhora na capacidade de concentração, pensamento e tomada de decisões;
- os exercícios alteram as propriedades da molécula de LDL (famoso por ser o colesterol mau, embora seja um transportador de colesterol) e não a redução de sua quantidade absoluta;
- aumento de eficiência de utilização da glicose pelos músculos, tornando-os mais fortes;
- aumento da eficiência do uso de insulina pelo pâncreas para regular as taxas de glicose --> de tabela, diminui riscos de desenvolvimento de certos tipos de câncer, já que a insulina se relaciona à proliferação de células novas;
- aumento da produção de novas mitocôndrias, consequentemente mais conversão de glicose em energia --> força e resistência muscular.


quem tiver acesso à revista e interesse nos detalhes da publicação, está dada a dica.



* buscar a origem e os significados da frase-título é algo que pode interessar, caso você ainda não conheça
** entender todo o metabolismo do corpo humano é algo quase impossível. dá uma olhada num resumo esquemático e tenha pavor: 

imagem retirada de http://25.media.tumblr.com/tumblr_ltb32cUfgI1qan7oxo1_1280.jpg (acesso em 14/10/2013)


*** poderia, no texto, direcionar a leitura para os termos técnicos, como me sugeriu um amigo, mas no momento estou sem tempo disponível para pesquisar fontes confiáveis e didáticas para isso - portanto, prefiro não arriscar. um bom livro de bioquímica básica também pode servir. ah, não tem? biblioteca.

10 de outubro de 2013

"O segundo nada mais é do que o primeiro dos perdedores" - será??

Todo mundo quer evoluir - seja lá no que se propôs a fazer. Ganhar é sensacional, vencer etapas, ver o esforço render frutos. Só que o pulo do gato não é como vencer, como "chegar lá": é fazer isso sem perder a noção de quem se é e do que importa. A medida do que vale na vida nem sempre é a vitória e nem sempre a chegada conta mais, e sim o trajeto, o caminho. 

E então temos hoje o privilégio de trazer aqui as palavras sensatíssimas do Marcos Pópolo, que é músico, compositor e empresário (proprietário de uma escola de música aqui em Bauru) e marido e incentivador da nossa parceira de corrida e de caminhadas pela vida, a Lena.

Boa leitura!

-----------------------

"O segundo nada mais é do que o primeiro dos perdedores"

Essa frase atribuída ao piloto Ayrton Senna é comumente usada em palestras motivacionais nos diferentes segmentos do trabalho ou esporte.

Dentro de uma corrida, há regras claras e um só objetivo: superar os adversários e vencer!
Ayrton era um piloto de F1 e seu objetivo era vencer. Por inúmeras vezes cumpriu bem esse papel. 

Essa é a regra das pistas! É também a regra dos concursos, vestibulares, eleições... Com a diferença que o número de ganhadores varia de acordo com os prêmios disponíveis. Por exemplo, se alguém presta um concurso com 20 vagas, mesmo ele ficando em vigésimo ainda assim será um vitorioso. Mas se ele for entrar numa eleição para prefeito e vencer, ele poderá dizer que os demais colocados são perdedores.

Sim, essas são as regras e valores nas competições!

Mas não são as regras e reais valores da vida, como muitas vezes muitos querem que nós acreditemos!

A vida não precisa ser assim! Não precisa ter um único ou poucos vencedores... Ou melhor, não precisa ter vencedores deste tipo.

Não precisamos competir com nosso vizinho ou com nossos amigos (ou inimigos) ou ainda com nossos familiares. Como professor de música, já vi muitas e muitas vezes pais incomodados e com medo que seus filhos os superem. O espírito de competição entre nós existe, e dependendo de como é alimentado, o resultado não é bom.

Acredito que as superações devem ser internas e não o contrário. Na vida nosso objetivo deve ser superar a nós mesmos e não aos outros, porque a vida não é um esporte ou um concurso. No entanto, querem que acreditemos que somente superando os outros é que seremos vencedores.

Algumas pessoas passam em concursos difíceis e conquistam ótimos salários, mas ainda assim não se sentem felizes. Como foram apenas preparadas e treinadas para terem um objetivo de superar o outro, quando alcançam uma fase dessas, precisam logo arrumar outra. Precisam de mais competições e adversários... Daí um indivíduo desses começa a olhar para o carro do amigo, para a roupa, para a casa. Ele precisa superar o próximo. Quando consegue se sente bem por uns pequenos momentos, mas logo o vazio volta, porque o objetivo se foi... Às vezes até um sorriso mais feliz de um amigo o incomoda: “O que ele tem que eu não tenho?”




A foto que compartilho traz a atleta suíça Gabrielle Andersen na maratona de 1984. Se você tem menos de 35 anos não viveu esse momento, mas quem sabe já ouviu falar dela.

Durante a prova Gabrielle, com 39 anos na época, começou a sofrer com o forte calor e seu corpo desidratou. Ela então passou a ter fortes câimbras nas pernas, o que a deixou totalmente desorientada. Para ela a corrida em si já tinha terminado faz tempo. Os primeiros colocados já haviam completado a prova tempos antes. Não havia chance de medalha ou pódio ou qualquer coisa do tipo. Mas a moça não abandonava a prova! Desafiava a lógica da competição. Muitos olhavam aquilo e não entendiam a razão do esforço descomunal que a atleta fazia para tentar terminar a prova... Foi emocionante, sofrido! E sim, ela terminou! Logo em seguida caiu desmaiada no colo da equipe médica que a seguia nos últimos instantes da corrida.

Gabrielle Andersen nunca mais saiu de minha mente! E também da maioria das pessoas daquela época.

E sabe por quê? Porque ela demonstrou ao mundo todo aquele dia que ela não estava competindo com ninguém. Estava apenas dando o melhor de si mesma! A sua luta era interna! As regras da corrida não valiam nada para ela! Ela esnobou a regra como um neto que ri da bronca da avó.

Gabrielle Andersen entrou para a história porque perdeu uma corrida! Em contrapartida ganhou a admiração do mundo inteiro! Ela já sabia que a vida não é uma competição. Ela estava lá, porque às vezes somos obrigados a entrar no esquema! Precisamos estudar, passar nos vestibulares, concursos... Não nos dão muitas opções na verdade. Então se tivermos que fazer isso, que façamos por nosso próprio crescimento! E que o resultado seja sempre a satisfação de que fizemos o nosso melhor. Se não der pra vencer a competição, sejamos vencedores porque tentamos, fomos até aonde e como podíamos. E não é necessário participar de competições para isso! Muitas vezes precisamos dar o nosso melhor dentro de casa, no trabalho, com a família!

Um pai não precisa ser o melhor pai do mundo e ganhar um troféu na TV para que todos vejam. Um simples “eu te amo” sincero de um filho pode ser a maior das recompensas!
E se alguém ainda achar que o que vale de fato é quem vence a corrida, eu deixo a pergunta: Você se lembra dela! Mas me diga e responda rápido, quem foi mesmo que ganhou a maratona feminina das olimpíadas de Los Angeles de 1984?

Contra tudo que nos ensinam, somos muito mais do que nós mesmos imaginamos!

2 de outubro de 2013

estas re flaca, tha!

esse é o tema que praticamente me fez mais vontade de escrever no blog quando ele ainda era um projeto: o que nos motiva. e quem nos motiva?

a resposta acho que é: eu. simples assim.

quem disser que não se importa em nada com a opinião alheia, está mentindo. podemos até não levar em consideração os "conselhos", mas qualquer coisa que se diga, pelo bem ou pelo mal, nos afeta.

quando se decide entrar numa rotina de dieta e atividades físicas, é preciso saber que não vai ser fácil. se fosse, todos fariam. poucos fazem... assim, de verdade. não se passa fome, mas se passa vontade. ninguém fica feliz de não poder comer muitas coisas. dói. andar "quadrado" no dia seguinte não é bonito. mas quando começamos a notar resultados, vai dando uma felicidade muito da gostosa e a vontade de continuar e ver mais e mais é muito grande.

e quando os amigos começam a perceber e elogiar? desde que voltei a integrar atividade física com dieta e peguei muito firme (não 100%, sinto, mas muito perto disso), e comecei a perder a gordura que habitava, tenho ouvido muitas coisas. a maioria boa, ainda bem. passei de "sempreboa" pra "sempreótima", fui chamada de bonitona, meu esforço foi reconhecido, meus potinhos invejados, tem gente me mostrando a dieta d@ nutricionista pra dividir o momento. maaaaaaaas também ouvi que se emagrecer mais vou sumir, que meu rosto está chupado, que sou louca por evitar comer certas coisas. ou nem metade delas, ou acordar cedo no fim-de-semana pra correr.

é assim, gente. nem metade do pão. não pode pão e pronto. às vezes, bem às vezes, eu furo. sim, me sinto culpada quase sempre. porque furei e porque me senti mal no dia seguinte: estômago doeu, intestino não funcionou, cabeça doeu. o corpo é muito, muito sensível, sabe?

na minha fase que considero de peso aceitável (esquecemos até da composição corporal agora), eu tinha 6 Kg a menos do que hoje, há 10 anos (já perdi 10 Kg do máximo que atingi, no início de 2012). portanto, o que parece "magra demais" pra muitos, ainda é acima do que me sinto bem. não foi fácil ver minhas roupas indo embora, ver namorado da vez pedindo pra não voltar mais pro peso antigo (numa fase em que emagreci um pouco). também acho que quando emagreço fico orelhuda e dentuça, mas prefiro isso a ver banhas saindo da calça, braços estourando a manga da camiseta. são escolhas.

não estou aqui falando que só quero ouvir elogios. mas sabe o que chateia? perceber que às vezes, por trás de uma crítica, tem um desdém, um desrespeito à minha escolha. SOU EU que estou passando vontade, SOU EU que está sentindo dor. mas também SOU EU que estou entrando em roupas há muito sem uso. SOU EU que estou sentindo que meu corpo está mais leve e que isso está ajudando a melhorar meu desempenho físico global. SOU EU que estou aprendendo muitas receitas novas e entendendo melhor como o corpo funciona.

não são só sacrifícios, é uma mudança de uma parte da vida que não estava boa e são novos aprendizados, são novas amizades, é fazer bem para mim mesma - e se alguém quiser se sentir bem comigo, será super bem vindo.